A dermatite pode surgir por diversos motivos, como estresse acumulado do dia a dia e questões de herança genética. Além disso, existem vários tipos de dermatite que requerem prevenções específicas para evitar que o problema apareça — até porque em alguns casos a dermatite é crônica, ou seja, não tem cura, mas tem controle.
A vermelhidão, a descamação ou a coceira que surgem em locais específicos do corpo são indícios de que a nossa pele está fragilizada. Dessa maneira, é possível que o tempo seco, alguma reação alérgica ou outros motivos desencadeiem o quadro de dermatite.
Para você entender melhor sobre os tipos de dermatite e como se precaver, a dermatologista Juliana Neiva (você pode acompanhar o trabalho dela pelo Instagram) conversou com a gente e trouxe muita informação sobre o assunto!
O que é dermatite?
A dermatite é uma reação da pele que nos indica que algo não vai tão bem assim. “A questão de todas as dermatites é que existe um comprometimento da eficácia da barreira cutânea”, conta a dermatologista Juliana Neiva.
Ou seja, quando a pele está com baixa imunidade é provável que algum cuidado ande comprometido. Pode ser o excesso de banho quente, a falta de hidratação ou mesmo um problema crônico agravado pelo tempo seco.
Quais são os tipos mais comuns de dermatite?
Cada tipo de dermatite está associado a diferentes fatores, assim, o cuidado e a prevenção são específicos para cada um deles. A seguir, vamos falar sobre as três principais dermatites que mais provocam queixas em consultórios.
Dermatite atópica
A dermatite atópica pode aparecer já nos primeiros anos de vida. As características mais marcantes são a vermelhidão, possíveis placas, descamação e prurido (coceira). No geral, ela surge em áreas de dobra, como a parte posterior dos joelhos, axilas e braços.
Ela tem um caráter recorrente e crônico, ou seja, se os cuidados necessários não forem tomados, a dermatite atópica vai sempre reaparecer. Isso se deve ao fato de ela não ter cura, apenas controle.
“Uma das causas é a genética. Mas, além do histórico familiar, quadros de alergia podem favorecer o surgimento dessa dermatite, assim como o estresse”, explica Drª Juliana.
Há também alguns agravantes no que diz respeito à dermatite atópica. A doutora Juliana Neiva traz mais detalhes: “o inverno, com sua menor umidade relativa do ar, provoca o ressecamento da pele. E esse ressecamento é um fator bem importante para que a dermatite atópica apareça”.
Outro ponto fundamental é que, se você tem dermatite atópica, já deve ter notado que sua pele é sensível — isso porque a barreira de proteção é naturalmente mais comprometida. Por isso, merece atenção contínua.
Como cuidar?
Uma vez que a pele é mais sensível, é preciso manter uma rotina de cuidados. “A abordagem para o paciente é justamente evitar as crises, porque, como tratamos de algo que não tem cura, os hábitos de vida se tornam ainda mais relevantes”, comenta a dermatologista. Ela também indica as principais recomendações:
- evite tomar banhos quentes, mesmo no inverno. A temperatura ideal é de 36ºC. Além disso, o banho precisa ser mais curto;
- dê preferência a sabonetes hidratantes e feitos à base de glicerina vegetal, que é menos agressiva ao pH da nossa pele;
- hidrate a pele todo dia. O ideal é fazer isso logo após o banho, quando ela absorve melhor o creme. Opte por um produto de qualidade, com alto poder hidratante e livre de corantes.
Dermatite seborreica
A dermatite seborreica é uma inflamação, também de caráter crônico, ou seja, ela pode surgir de forma recorrente quando não existe um controle, além de não ter cura. Esta forma de dermatite aparece nas áreas da pele nas quais há mais glândulas sebáceas, como couro cabeludo, sobrancelhas, supercílios e na região ao redor do nariz.
Além da vermelhidão, são áreas que podem ter caspa, principalmente no couro cabeludo. “Nessas regiões, onde a renovação de pele é intensa, a pele acaba se destacando na última camada, ficando esbranquiçada pelo acúmulo de células mortas. Isso pode favorecer a proliferação dos fungos Pityrosporum ovale ou da Malassezia furfur, que intensificam o quadro de dermatite seborreica”, explica Juliana Neiva.
O fato é que alguns comportamentos conseguem desencadear a dermatite seborreica mais facilmente, como:
- banhos muito quentes;
- ingestão de bebidas alcóolicas;
- estresse constante.
O que fazer?
Além de evitar essas três situações que acabamos de citar, a doutora Juliana Neiva traz outro cuidado necessário: “na dermatite seborreica, a gente tem que abordar também essa contaminação fúngica. Por isso, o uso de sabonetes ou shampoos com enxofre ou ácido salicílico, que promovam um melhor controle da oleosidade, são importantes”.
Dermatite de contato
Você já deve ter conhecido alguém que apresenta uma reação inflamatória ao usar itens de bijuteria ou ao entrar em contato com produtos de limpeza, como detergente, desinfetante etc. Às vezes, até você já passou por um problema parecido, certo?
“Esta dermatite, como o nome já diz, está implicada no contato com algum agente irritativo. No bebê, por exemplo, pode ser a fralda umedecida com a presença da urina ou fezes”, explica a médica dermatologista.
Também, segundo conta a doutora Juliana, as mais comuns são causadas por níquel e esmalte. “No caso do esmalte, a principal manifestação é ao redor dos olhos, e não na unha".
Em geral, esta dermatite aparece onde acontece o contato. Mas também vai surgir onde as mãos alcançam. “Cerca de 80% dos casos de alergia dos olhos vêm de algo nas unhas ou nas mãos. Por isso, devemos prestar muita atenção”.
Como agir?
Aos primeiros sinais de irritação, suspenda o uso da substância irritativa. Além disso, um médico pode indicar o melhor medicamento para tomar ou aplicar na região. Evite tomar atitudes sem orientação médica.
Por que uma pele bem cuidada faz toda a diferença?
Quando temos os melhores cuidados com a pele, ela se fortalece e há menos chance de apresentar um quadro de dermatite. Assim, todos os cuidados mencionados, como banho rápido e morno, hidratação e uso de produtos de qualidade, fazem a diferença. Mas tem mais!
Em um momento no qual lavar as mãos e o uso do álcool em gel se tornaram mais comuns, Juliana também indica um cuidado que deve virar hábito: a hidratação das mãos. “Nossas mãos ficam mais ressecadas e a pele pode rachar, facilitando a entrada de micro-organismos. Então, não basta lavar as mãos, hidratá-las também faz parte de um controle de promoção de saúde”, explica.
Proteger a pele do sol também é fundamental: “a exposição aos raios ultravioletas é um dos maiores fatores de agressividade à pele, que compromete a barreira cutânea e impacta na imunidade da pele”, explica a médica. Assim, mesmo que esteja dentro de casa, não se esqueça de usar protetor solar, combinado?
Também é superimportante voltar a atenção para o seu nível de estresse, que tem uma ação inflamatória e prejudicial à pele. Fora todos os cuidados para evitar a dermatite, a qualidade dos produtos é fundamental. Prefira itens hipoalergênicos, sem corantes e parabenos e sabonetes com base de glicerina vegetal sempre.
Agora que você já se informou sobre os principais tipos de dermatite e sabe como se cuidar, aproveite para conhecer melhor os produtos da Granado.